quinta-feira, 29 de setembro de 2011

GREVE DOS BANCÁRIOS

João Milton
O Bradesco inovou nessa greve na agência do antigo Banebão, no Comércio, em Salvador. Percebendo o movimento paredista forte e começando em patamares acima das greves anteriores, o Bradesco inventou a lista de funcionários imprescindíveis dentro do banco durante a greve. A justificativa é que há serviços no sistema do banco que são considerados essenciais. Por outro lado, existem outras empresas do grupo que funcionam dentro do prédio.

Pois bem, com esses argumentos o banco tenta colocar mais e mais funcionários para furar a greve. Portanto todo cuidado com a lista é pouco porque nosso objetivo é antagônico ao do Bradesco, que não quer dividir um pouco da sua riqueza astronômica conquistada com o nosso trabalho.

Nós queremos conquistar um piso decente e compatível com os preços dos produtos que consumimos. Queremos também um aumento real de salário, já que ao longo dos últimos anos só recebíamos reposição salarial, uma PLR justa com a nossa contribuição e avanços nas conquistas sociais. Sendo assim, nossos sindicatos e nossos sindicalistas devem ficar atentos para a lista do Bradesco, que não combina com os nossos interesses.

João Milton é diretor imprensa e comunicação da FEEBBA/SE e jornalista.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A MIDIA E AS ELEIÇÕES 2012

*João Milton Santos
Lutar por espaço para o crescimento da força política é sempre o objetivo dos partidos políticos existentes na sociedade e em particular no Brasil. Sobretudo, as forças progressistas que priorizam o crescimento do nosso país com o olhar de águia – de cima para baixo, voltado para a camada da sociedade que constrói a riqueza do país, que são os trabalhadores.
O ambiente mais propício para essa luta é no processo eleitoral. É nesse momento que se altera a correlação de forças, quebrando paradigmas. Justamente por isso a esquerda deve analisar esta questão do ponto de vista científico. Por exemplo, avaliar as últimas eleições no Brasil. Dentro deste contexto Antônio Rubim, no capitulo Idade Mídia do livro Comunicação na Polís, dá uma grande contribuição quando alerta para mudança crescente do comportamento dos eleitores e dos candidatos. Comportamento esse que vem se aprimorando e se consolidando no mundo e no Brasil. Em nosso país, em particular, foi inaugurado na eleição de 1989 (Lula X Collor)e depois foi ampliando e inovando mais neste aspecto.
O pano de fundo da perspectiva de Rubim é a saída paulatina dos eleitores dos comícios – onde se ouvia as propostas, o programa de governo, os apoiadores - para à frente da tevê e dos meios de comunicação para saber o resultado da pesquisa, do debate, das carreatas e outros ingredientes da política atual. É claro que isso se dá com força nas grandes cidades. Nas pequenas cidades, acontece de outra forma, porém com adaptação da receita geral à forma local de acordo com instrumentos midiáticos que possuem, por exemplo, o jornal escrito, a rádio comunitária e outros.
No caso do jornal escrito, a receita é a mesma porque se por um lado ele não pode ser reeditado, por outro pode ser enquadrado da melhor forma, que induz o eleitor a votar em determinado candidato que aparece forte quando na verdade é fraco. Na eleição de 2008 para a prefeitura de Salvador, houve um escandaloso enquadramento por parte do jornal A Tarde dos candidatos do PMDB e do PT, atendendo ao pedido dos governos municipal e estadual que acabaram pautando aquele veículo. As cidades que só penetram o rádio podem também influenciar na votação e, por conseguinte, na eleição do candidato daquele veículo.
Portanto, não existe receita pronta para enfrentar o partido da mídia - o capitalismo. Porém é preciso levar em conta essa atuação dirigida do chamado 4º poder nas eleições para eleger os representantes do atraso. Já que nunca se conformaram com o avanço que o Brasil deu elegendo representantes do povo, dos trabalhadores, para dirigir o país. É claro que apesar das inovações que alertamos acima não pode deixar de lado e não atuar de acordo com as regras aproveitando os espaços dentro do contexto geral.
Precisamos levar em consideração tudo isso e usar aquilo que tem de favorecimento à esquerda no Brasil rumo a uma sociedade progressista, humanitária em direção ao socialismo. Ao lado disso, a esquerda precisa dar seguimento ao movimento social e, em especial, à organização dos trabalhadores entre uma eleição e outra. Porque aí reside à força da maioria da população que verdadeiramente trabalha para construir nossa Nação.
*JOÃO MILTON SANTOS - JORNALISTA E SINDICALISTA BANCÁRIO.